sábado, 24 de abril de 2010

O Tempo e o Sintoma.

  • Na noite do feriado dialogava com uma colega sobre a dificuldade de as pessoas procurarem ajuda quando acometidas por questões de ordem emocionais, entre as causas foi citada a falta de tempo.
  • Sem dúvida, o tempo é uma questão que influência as pessoas quanto à busca, permanência ou até mesmo à recusa de uma análise pessoal.
  • A questão central é que tempo é esse, a ausência dele é o primeiro que nos veio à mente, mas esse é só um sintoma, uma vez que o tempo de que dispomos é uma criação nossa, a sua ausência também não o deixa de ser.
  • É um sintoma significativamente conveniente, uma vez que quanto menos tempo dispomos, menor será o tempo disponível para refletir sobre o que nos incomoda ou nos faz funcionar como funcionamos e assim as feridas permanecem intocadas, incomodando, porém intocadas.
  • Nesse momento recordo a fala de um professor, ainda no meu passado segundo grau.
  • Dizia ele não compreender seus colegas de escritório que frente a qualquer atividade diferenciada, alegavam não terem tempo. Completava dizendo, que trabalhava o dia todo, à noite, também trabalhava, ministrando aulas e, como os demais também tinha família e filhos, ainda assim gostava de cinema, teatro... e sempre achava uma forma de ir às festas que seus alunos às vezes o convidavam.
  • A ordem do tempo que leva as pessoas à busca de uma ajuda terapêutica tem relação com as dimensões das feriadas que as acometem, tocar em feridas invariavelmente provoca dores, no início maiores do que aquelas que tínhamos se simplesmente as deixássemos intocadas, por outro lado, uma vez tratadas (compreendidas e internalizadas), a tendência dessas feridas é cicatrizar-se.
  • Esse tempo tem relação de o quanto se suporta o seu incomodo, pena que muitas vezes feridas que não cicatrizam possam necrosar, tornando-se foco de infecções chegando a infectar não só aquele que as tinham, mas espalhando-se entre os demais, que ocupam os mesmos espaços.
  • Feridas emocionais, em alguns sentidos não diferem muito das feridas que às vezes afetam nosso corpo.
  • Sou grato à Marion, que com sua empatia me ajuda a clarear as idéias.

domingo, 18 de abril de 2010

Dia da Terra - 22 de Abril.


  • Ela nos dá tudo que precisamos, mas ao subtrairmos continuamente aquilo que não necessitamos, estamos deixando-a doente.
  • Ela é linda, berço de toda a vida que conhecemos, encontra-se fragilizada com tantas agressões. Está ficando tão doente quanto aqueles que a agridem.
  • Não somos donos dela, não passamos de pequenas celulas nesse imenso organismo vivo, mas estamos agindo como um cancer destruindo toda a vida à nossa volta.
  • Ela precisa retomar seu ciclo de desenvolvimento, para que consiga curar as feridas que produzimos, antes de se tornar um planeta sem vida vagando por esse universo infinito, vivo, pulsante.

terça-feira, 6 de abril de 2010

A Tecnologia...

Às vezes ouvimos dizer
que a tecnologia afasta as pessoas,
também já ouvi dizer
que a tecnologia afasta as pessoas
que estão próximas
e aproxima aquelas que estão distantes.
Acho que a tecnologia
não nos afasta
nem nos aproxima,
quem está próximo ou distante
são as pessoas.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Dualidade: Mundo Interno, Mundo Externo.

Há uma relação direta entre a forma
que nos relacionamos
com o mundo que nos rodeia
e como nos relacionamos
com nosso mundo interno,
se convivemos bem com as características
que nos identificam,
igualmente conveviveremos
com o mundo que nos rodeia.
O mundo externo não passa de projeções
daquilo que nós somos.

domingo, 4 de abril de 2010

Consciência...


Nós só temos consciência
de uma pequena parcela
daquilo que fazemos.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Dualidade: Ser e Mundo (cont..)


  • Nesta manhã em um jornal televisivo estava sendo transmitida uma reportagem que muito me chamou a atenção, estava sendo feito um comparativo da década de 50 e a atualidade, mostrando fotos tiradas de avião e agora através de satélites das imediações da Av. Paulista na cidade de São Paulo.
  • O foco da reportagem era as enchentes que frequentemente ocorrem na cidade. As fotos da década de 50 mostravam os casarões cercados por jardins e outras regiões da cidade ainda com uma densidade populacional reduzida, já as imagens da atualidade mostram uma cidade tomada pelo concreto, impermeabilizada, praticamente sem trechos que não estivessem tomados pelo asfalto e concreto.
  • O que mais me chamou a atenção na reportagem foi uma frase proferida por uma urbanista dizendo: "Não podemos esquecer de que a natureza está ai a nosso serviço" (sic). Esse comentário se referia à ocupação desordenada que foi feita do ambiente, sem levar em consideração as questões ambientais.
  • Justificava as enchentes apontando como causa preponderante a impermebialização do solo. Por outro lado tão ou mais significativa quanto a impermeabilização é o tipo de pensamento que há por tráz da atitude que nos leva a constituir o mundo como ele é.
  • Esse pensamento encontra-se expresso na frase, se a natureza é um objeto que existe com a finalidade de atender nossas necessidades, isso significa que podemos fazer dela o que quisermos.
  • As enchentes mostram exatamente o contrário disso, a natureza não é um objeto que está ai para atender nossas necessidades, nós somos parte da natureza e ela continuará a existir com ou sem a nossa presença. Como partes da natureza o que fizermos a ela a nós será revertido, se pouco interferirmos em seu processo evolutivo, igualmente pouco ela nos afetará, à medida que lhe impomos transformações significativas, na mesma proporção essas transformações nos afetarão.