Diagramação: Marion.
Sociedade das Quartas Feiras
domingo, 28 de setembro de 2014
domingo, 21 de setembro de 2014
domingo, 22 de junho de 2014
sábado, 17 de maio de 2014
Sonho.
Foi uma longa noite, parece que decorreram dias, talvez uma semana ou mais, mas passado apenas três dias já se parece algo tão distante.
O palco da cena me é bastante peculiar: a casa onde moro; e um sítio que foi da família por aproximadamente duas décadas, era um lugar agradável que pouco desfrutei, não mais que alguns punhados de fins de semana.
Entre os personagens: eu mesmo; o Bill, meu meigo cachorro; minha mãe, já bastante idosa; meu pai, falecido a quase um ano; uma onça negra, dócil e ao mesmo tempo feroz; uma pomba; e um gatinho.
A qualidade das imagens: paisagens e personagens, de tão nítidos várias vezes me deixou em dúvida, se era mesmo um sonho.
Sei que o tempo cronológico decorrido não passou de alguns instantes, mas a sensação é a de que transcorreram dias.
Foram vários sonhos, mas a história creio ser sempre a mesma, o palco se intercalava entre a minha casa e o sítio.
Em casa, como personagens apareciam eu mesmo, o Bill, minha mãe e a onça.
Não sei descrever como se dá o primeiro encontro, mas na garagem da casa, me deparo com a onça, inda que seja uma cena peculiar, não me causa maior estranhamento, parece que ela já estava lá, com cuidado nos aproximamos, um animal magnífico, sem qualquer receio a toco, e ela aceita o carinho, nitidamente apreciando.
Ao olhar para o interior do quintal reparo que um pequeno portão que separa a garagem do corredor da casa estava aberto.
Não senti qualquer ameaça, mas sentia receio principalmente pelo Bill, que não tem qualquer noção de perigo e parece desejar fazer amizade com qualquer ser que dele se aproxima, como também pela minha mãe, que não teria como se defender de um magnífico ser como essa onça.
Ao entrar na casa tive o cuidado de trancar o pequeno portão.
Curiosamente mesmo diante de uma cena tão peculiar sei que nada comentei com minha mãe, mas nitidamente ela, como também o Bill tinham a percepção da visita que tínhamos recebido.
Várias vezes entrei e sai de casa no transcorrer dos sonhos e todas as vezes tinha o cuidado de trancar o portão, mas invariavelmente eu o encontrava aberto, em nenhum momento a onça adentrou nas demais dependências da casa e, nitidamente desse trio eu era o único que denotava algum receio em relação ao que a onça poderia fazer.
Mesmo me causando um certo receio, até irritação por toda vez encontrar o portão aberto, não fiz qualquer comentário em relação a ele.
No sítio em pelo menos um dos sonhos não havia nenhum personagem, acredito que nem eu mesmo, mas a paisagem era muito nítida, todos os detalhes sejam da casa ou do terreno, as árvores, as inúmeras pedras, cada detalhe parecia estar intocado, do jeito como o deixamos e, ainda que não houvessem personagens, a sensação de haver presenças lá era muito nítida.
Só no último dos sonhos, no sítio, todos os personagens se reúnem: eu mesmo, o Bill, meu pai, mãe, a onça, o gatinho e a pomba.
Não sei dizer como se deu a mudança de palco de minha casa para o sítio, inda que tenha a percepção de ter havido a viagem.
No interior da casa o personagem que mais me chama a atenção era meu pai, diferente de seu humor habitual, estava bem humorado, efetivamente feliz, um sorriso se esboçava em sua face, mantinha sua aparência de uma pessoa já idosa, mas aparentemente muito bem.
Sei que não travei qualquer diálogo parece que os olhares, os sorrisos já bastavam.
Os demais em momento nenhum adentraram a casa, ficavam pelo quintal, já meu pai pouco se afastava da casa, no máximo chegava ao que poderia ser uma varanda à frente da porta de entrada da casa.
Mesmo estando juntos nossos contatos foram poucos, minha apreensão em relação à onça e ao Bill e à minha mãe permaneciam, curiosamente não tinha qualquer preocupação em relação ao meu pai, ou a mim mesmo.
Em um breve contato com minha mãe, nos deparamos com a onça, ela estava com a pomba na boca, não sei se minha mãe falou ou se apenas sentiu, mas a frase que se formou era: “Não se pode confiar mesmo.” Se referindo à onça como um animal selvagem, que em qualquer momento sua ferocidade podia vir à tona.
Minha mãe nesse momento se juntou ao Bill e se afastou, dirigindo-se à entrada da casa, mas sei que não chegou a entrar, muito próximo à porta em uma imagem enevoada via meu pai.
Resolvi seguir a onça, tinha a esperança de poder salvar a pomba, ela adentrou o terreno por entre as árvores e chegou a um tipo de toca, lá como prisioneiro ela tinha também o gatinho.
Tanto a pomba como o gatinho, inda que machucados estavam vivos, mas prisioneiros da onça.
Também tive a esperança de salvar o gatinho, mas infrutífera, acabei desistindo e voltei para junto dos outros.
Sentia já ser o momento de retornar.
Sei que arrumamos as coisas, mas não sei dizer como chegamos nem como saímos do sítio.
Novamente a imagem do meu pai sobressai, sorridente e de bom humor, em todo o tempo que estivemos juntos ele cita apenas uma frase, disse: “Eu não posso ir.”
Voltamos apenas eu o Bill e minha mãe.
No sítio ficaram: meu pai, a onça, o gatinho e a pomba.
Depois disso me senti desperto, pela janela percebi ainda ser noite, sei que tinha ido dormir depois da meia noite, mas por algum tempo ainda permaneceu a dúvida se tudo tinha sido um sonho ou se tudo aquilo tinha mesmo acontecido.
Fiquei remoendo os pensamentos, mas o mais próximo que cheguei de uma interpretação era que a onça era meu próprio pai, pela ferocidade, ele tinha essa característica marcante, uma pessoa irritada, nervosa, mas ao mesmo tempo dentro de seus princípios muito correta, inda que tivesse ímpetos nunca prejudicava ninguém, sua agressividade não ia além de palavras carregadas de emoção.
Um dia depois, antes de ir dormir, contei o sonho a uma pessoa que me muito especial, que como ninguém sabe me ouvir com extrema atenção e dedicação.
Passado a noite, ainda na manhã seguinte essa minha doce parceira entra em contato, dizendo ter sonhado com o meu sonho.
Com muito tato e cuidado revela o sonho dela, que é a interpretação do meu, sentia que tinha um cuidado especial ao formular as palavras.
No meu viés, a onça simboliza a morte, meu pai já falecido, fica com ela no sítio.
Já eu, minha mãe e o Bill retornamos. Tanto minha mãe como meu dócil cachorro estão velhinhos e sinto estarem fraquejando, mas ao mesmo tempo, nos limites deles estão bem.
Depois repensando as palavras de minha doce companheira, vejo que na pomba está simbolizada minha mãe, enquanto que no gatinho meu dócil cachorro, que sinto não mais terem muito tempo nesse mundo que partilhamos.
quinta-feira, 20 de março de 2014
quarta-feira, 12 de março de 2014
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