Fragmento de um diálogo.

O Tempo e a Dor.

É comum ouvirmos que o tempo é solução para as dores, sofrimentos... como se o tempo por si resolvesse os problemas.

Isso não é verdade, o tempo só nos ajuda quando fazemos dele nosso aliado, se o usarmos em nosso favor.

Há aqueles que não se permitem tempo cronológico nenhum, e outros que parecem que irão ficar com suas dores para sempre, ambos usam esse tempo ou ausência dele, contra si próprio, invariavelmete acabam se prejudicando ainda mais.

Esse tempo, que não é o cronológico é uma dádiva se usado em nosso favor, serve para refletir sobre o que nos causa as dores, para assim evitarmos ciclos viciosos, ampliando as vivências e evitar repetições, que nos impedem de atingir outros patamares em nossa vida.

Não creio que faça diferença se é consciente ou não, o importante é como elaboramos.

Para haver dialogo é necessário o silêncio, só assim podemos ouvir o que estamos pronunciando e atribuir significados, perceber como recebem o que dizemos. Quando não há esse silêncio, não há dialogos e sim sucessão de ruídos.

Não acho tão significativo a consciência, ainda que na medida que nos permitimos nos ouvir, ela se amplia, creio que o mais significativo são as elaborações, sejam elas conscientes ou não.

Sem as pausas não haveria música, seria apenas sucessão de ruídos.

O que quero dizer com não ser cronológico é por não haver um espaço de tempo definido varia com as pessoas e com as situações, é uma questão puramente subjetiva.

Foi Nietzsche quem disse que sem a música a vida não faria sentido...

Acima de tudo, é a capacidade de sentir uma vibração interior.

 

(Agradeço à Marion, com quem frequentemente partilhamos nossos diálogos, e pela inspiração que me proporciona.)