quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Da Simbiose ao Mundo das Relações - continuação


  • O Egocêntrico e a Formação de Raizes Depressivas
  • Característica primordial daquele que se encontra fixado na fase egocêntrica é a dificuldade deste poder levar em consideração o ponto de vista do outro, dado que sua posição é de centro do Universo.
  • Invariavelmente isso o levará a relações permeadas por atritos com os demais que dividem o ambiente e esses atritos desencadearão reações agressivas.
  • Pela dificuldade em levar em consideração o ponto de vista do outro se encontra próximo à impossibilidade de uma análise ampla e profunda de suas reações agressivas, assim atribui ao mundo externo as razões para a sua conduta.
  • Nesse quadro se essa pessoa tem a tendência de internalizar a sua agressividade, ou seja, se ela se auto-agride, possivelmente tenderá a ter reações melancólicas, já se a sua tendência for predominantemente de externalizar sua agressividade, isto é, agride aqueles que a rodeiam, provavelmente terá reações permeadas pela irritabilidade.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Da Simbiose ao mundo das relações - continuação

O Egocêntrico.
  • São quase 03h00 da manhã, e o sono que até então estava dificil agora parece ser totalmente impossivel.
  • Como em um sonho, vozes distantes pareciam vir do além, seria um pesadelo, curioso, pois não costumo tê-los quando em estado hipnagógico, mas as vozes antes distantes parecem crescer, na proporção de minha insônia até reverberarem como se estivessem dentro de meu quarto, da forma que vieram foram, desaparecendo lentamente, como uma imagem que se vai até não ser mais vista no horizonte, continuando a incomodar outras vizinhanças.
  • Nesse momento meu sono, e sem duvida de outros vizinhos, encontra-se irremediavelmente impossibilitado de me acompanhar madrugada adentro, assim o que me resta é a companhia de meus pensamentos e de um teclado, com o aparato tecnológico por tráz dele.
  • Sem dúvida não faltam adjetivos para classificar os ilustres senhores que sem qualquer pudor resolveram que a vizinhança deveria acordar, com suas potentes vozes, tornando públicas, suas vidas particulares.
  • Curiosamente, e sem dúvida isso não é uma coincidência, e sim parte de meu determinismo, vinha pensando na continuidade desses textos que nesse estágio deve versar sobre "O Egocêntrico", que de forma igualmente determinista coincide com minhas características egocêntricas, como se as vozes ali estivessem para me manter acordado e permitir a continuidade desse meu pensamento.
  • No contexto do senso comum a postura desses que resolveram pela descontinuidade do sono da vizinhança nessa madrugada poderia ser classificado como falta de respeito, irresponsabilidade, uso de álcool ou outras drogas..., mas questionando essas idéias entendo-as como uma possibilidade só àqueles que em sua escalada de desenvolvimento atingiram o mundo das relações, se eles estão na fase egocêntrica ou sequer conseguiram sair da simbiótica, como poderiam ter internalizado conceitos como responsabilidade ou respeito.
  • Ao egocêntrico o mundo existe exclusivamente para atender às suas necessidades assim os conceitos mencionados não têm qualquer significado.

sábado, 25 de julho de 2009

Da Simbiose ao mundo das relações.




SIMBIOSE


As bromélias são plantas simbióticas, elas se desenvolvem presas a troncos de árvores, das quais subtraem a seiva que as alimentam.


Elas não têm a possibilidade de ter uma vida independente, se tiradas dos caules das árvores e replantadas no solo, não têm a capacidade de retirar desse a água e nutrientes e transformá-los em seiva, o que possibilitaria o seu desenvolvimento e sobrevivência, assim, nessas condições, em pouco tempo minguam não tendo a possibilidade de se reproduzir, florescer... e em pouco tempo morrem.


Como as Bromélias ao nascermos somos seres simbióticos, no período de gestação e naquele que o sucede mantemos uma relação simbiótica com aquela que nos gera e naquência com quem nos cuida.


Na gestação até a alimentação é sintetizada por quem nos gera e após a gestação a continuidade do uso dessa alimentação pela amamentação é primordial para um bom desenvolvimento, possivelmente a respiração é o primeiro ato que nos leva a restringir essa relação simbiótica.


É no período inicial do pós parto que desenvolvemos a afetividade, com características simbióticas que irão perdurar até o final de nossa existência.


A internalização da afetividade recebida é um dos fatores que irá determinar o grau de dependência das pessoas.


Crianças e bebes que se sentem excessivamente supridos possivelmente terão dificuldades em atingir outras etapas de seu desenvolvimento tendendo a estabelecer relações de dependência, já aqueles que se sentem afetivamente carentes tenderão a ter dificuldades em se sentirem devidamente supridos.


É o equilíbrio que possibilitará a esse ser em desenvolvimento a atingir as demais etapas, com maior ou menos capacidade de adaptação.


Nós nascemos seres simbióticos e necessitamos desse período para atingir as próximas etapas do nosso desenvolvimento, e como em outros setores jamais abandonamos nenhuma etapa dele.


Características simbióticas nos acompanharão por toda nossa existência, sendo a afetividade um dos ícones dessa etapa.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Dualidade: ser e mundo









O conceito é matemático, estamos contidos nesse mundo, ou seja, somos parte dele, logo a premissa de que esse mundo está ai para nos servir é uma incompatibilidade.

Como qualquer parte de um todo exercemos uma relação dialética com esse universo, assim, estamos sujeitos às leis da física, entre elas a de que toda ação que inferimos a esse meio, como resultado nos é devolvido uma reação de igual intensidade e sentido oposto.

A premissa de que esse mundo é uma fonte inesgotável de recursos e que ele está ai para nos servir é a mesma que hoje nos coloca à beira de um precipício, do qual há dúvidas de que um retorno seja possivel. O planeta sobreviverá, já a nossa espécie tem uma probabilidade de sobrevivência inferior à do planeta.

Nossa ação foi a de nos colocar à parte desse universo, impondo a ele uma relação servil, como se ele ai estivesse para atender aos nossos caprichos, a reação é a de que não somos merecedores do ambiente em que estamos contidos, assim nos dirigimos a um precipício, por nós mesmos criado.

Se tratarmos o ambiente como um mero objeto a nosso serviço, a reação possivel é a de que esse mesmo ambiente nos exclua.

Ainda que hajam discursos no sentido de um desenvolvimento sustentável, a premissa de que esse mundo é um objeto para atender aos nossos caprichos persiste.

Somos parte desse universo e não seres destacados dele, assim a posição que ocupamos nele não se diferencia da de nenhum outro ser, seja ele vivo ou inanimado.

Ou achamos caminhos para nos desenvolver com esse mundo, extinguindo essa dualidade, ou corremos o risco de que o universo determine o fim dela.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Dualidade: corpo, mente


"Isso não é nada, são coisas de sua cabeça" (sic)


Quem já não ouviu frase semelhante?


Parece ser uma fala muito difundida no senso comum e, algumas vezes até entre colegas. Talvez algo herdado de Aristóteles que ao sistematizar o conhecimento humano nos legou as mais diversas classificações.


Entre essas classificações, não sei se de Aristóteles, há aquelas que se referem à mente e outras que dizem respeito ao corpo.


No geral há ciências que estudam a mente, outras se ocupam do orgânico e há ainda aquelas que versam sobre a interação entre o homem e o ambiente. Por outro lado, essa cisão, se é que existe, é da ciência.


Possivelmente por que não existe uma ciência que isoladamente dê conta desses três pilares que nos sustentam.


É o equilíbrio entre o biológico, orgânico e social que determina nosso maior ou menor grau de saúde e de adaptação enquanto seres humanos.


A cisão desses pilares é o caminho para a desintegração do ser.


Não há um indivíduo orgânico, ou outro psíquico e um terceiro como ser social. O que existe é um indivíduo, que tem um corpo, é dotado de um psíquismo e, interage socialmente.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Dualidade: ser social e individual.


Entre as ambiquidades que nos identificam é significativa essa dualidade. Ao mesmo tempo que somos seres sociais, possivelmente na mesma intensidade necessitamos de nossa individualidade.

Não fosse nossa capacidade de socialização provavelmente nós teríamos nos extinguido antes mesmo de ter saido das cavernas.

Nosso mundo é constituido socialmente, por traz de cada objeto que utilizamos há séculos de tecnologia e uma infinidade de pessoas que o confeccionou, do momento em que a matéria bruta foi retirada da natureza, até o produto final que caracteriza o objeto acabado.

Na mesma intensidade nossa identidade também é constituida socialmente, necessitamos do outro para nos identificar, aprendemos e nos desenvolvemos por comparação, observação, analogias... com os demais que nos rodeiam. Por outro lado igualmente necessitamos de nossa individualidade nosso espaço externo e interno. Ao mesmo tempo que buscamos integração social é imprescindível os momentos de introspecção, igualmente há a necessidade de um espaço que seja o nosso, seja o espaço físico ou o emocional.

A forma como organizamos esse espaço físico, seja uma casa, um quarto ou até mesmo uma gaveta em alguma proporção revela a forma como está organizada nossas percepções, emoções... em relação a nós mesmos ou ao mundo que nos rodeia.

Se cedermos à forma como o mundo se organiza socialmente nos despersonalizamos, restringimos nossa identidade. Se predominar nossa individualidade nos tornamos egoístas, fechados em nós mesmos.

Ambos igualmente patológicos, o equilíbrio entre o social e o individual é que irá determinar o menor ou maior grau de integração de nosso psiquismo e adequação seja com nosso mundo interno ou externo.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Um mundo melhor!





"Muito tem-se falado em construir um mundo melhor para os nossos filhos, infelismente o discurso não se dá na mesma proporção para nos constituirmos como pessoas melhores.
Pessoas que conseguem melhorar têm a possibilidade de ser referências a esses filhos, assim eles internalizam esses valores e consequentemente podem propiciar a existência de um mundo melhor.
Nosso mundo nada mais é do que um reflexo do que somos, sua melhora não se constituirá com mais impostos ou tecnologia.
Essa melhora só pode ser viabilizada com a internalização de conceitos éticos, morais e respeito.
Não somos seres destacados desse Universo, somos apenas parte dele. Um mundo melhor só será possivel com pessoas igualmente melhores."